Madeira enigmática e primeira evidência de tetrápodes na Formação Yaguarí (Permiano Médio-Superior), Uruguai

Autores

DOI:

https://doi.org/10.31285/AGRO.26.504

Palavras-chave:

madeiras Dadoxylon, pegadas Karoopes, Capitosauroides e Pachypes, paleoambientes, estratigrafia da Formação Yaguarí, Limite Guadalupiano-Lopingiano, Uruguai

Resumo

Este artigo descreve um intrigante material fóssil achado recentemente nos níveis de arenito fino da seção superior da Formação Yaguarí no Uruguai. A natureza deste espécime e suas relações não foram, em um primeiro momento, facilmente determináveis, apesar do mesmo ter sido submetido a várias análises. Estas incluíram avaliações preliminares comparativas e de morfologia, complementadas com preparação de lâminas delgadas, e estudos microanatômicos e químicos em MEV. A estrutura anatômica observada nas seções delgadas transversais permitiu solucionar as controversas interpretações do espécime fóssil, animal ou planta, o qual foi finalmente discernido em favor da última. Por enquanto, depois do estudo detalhado das lâminas delgadas o espécime foi relacionado a o complexo Dadoxylon-Araucarioxylon. Além disso, para permitir uma melhor calibração bioestratigráfica para estes depósitos até então desprovidos de fósseis, incluímos uma descrição preliminar de pegadas fósseis recém-encontradas, as quais são a primeira evidência a presença de tetrápodes em níveis da Formação Yaguarí (sensu Elizalde et al., 1970), abaixo dos conglomerados que forneceram a Fauna de Colonia Orozco. As pegadas foram assignadas aos ichnotaxa cf. Karoopes isp., cf. Capitosauroides isp. e cf. Pachypes isp., sugerindo a presença de terápsidos gorgonopsídeos e terocefalídeos e de pareiasauromorfos, respectivamente. Uma idade Meso-Neopermiano recentemente sugerida para a Formação Yaguarí baseada em estudos paleomagnéticos e radiométricos é aqui suportada pelos fósseis descritos, os quais,  apesar de serem  descobertas preliminares, fornecem dados relevantes para depósitos cujo potencial fossilífero ainda está para ser explorado.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

Bhattacharya JP. Deltas. In: James NP, Dalrymple RW, editors. Facies Models 4. St. John’s (CA): Geological Association of Canada; 2010. p. 233-64.

Boggs SJ. Principles of Sedimentology and Stratigraphy. 4th ed. Upper Saddle River (NJ): Pearson Education; 2006. 676p.

Bossi J, Ferrando L, Montaña J, Campal N, Morales H, Gancio F, Shipilov A, Piñeyro D, Sprechmann P. Carta geológica del Uruguay: escala 1:500.000. Montevideo: Geoeditores; 1998. 46p.

Bossi J, Navarro R. Geología del Uruguay. Montevideo: Universidad de la República; 1991. 970p.

Bossi J, Navarro R. Geología del Uruguay. Montevideo: Universidad de la República; 1988. 2v.

Brocklehurst N, Day MO, Rubidge BS, Fröbisch G. Olson's Extinction and the latitudinal biodiversity gradient of tetrapods in the Permian. Proc Biol Sci [Internet]. 2017 [cited 2021 May 31];284:20170231. Available from: https://bit.ly/3p8o5Wp.

Buchwitz M, Marchetti L, Jansen M, Falk D, Trostheide F, Schneider JW. Ichnotaxonomy and trackmaker assignment of tetrapod tracks and swimming traces from the Middle Permian Hornburg Formation of Saxony-Anhalt (Germany). Ann Soc Geol Pol [Internet]. 2020 [cited 2021 May 31];90(3):291-320. Available from: https://bit.ly/3vBDnpa.

Caosi JH, Goñi JC. Geología Uruguaya. Boletín (Instituto Geológico del Uruguay). 1956;(37):73p.

Cisneros JC, Abdala F, Malabarba MC. Pareiasaurids from the Rio do Rastro Formation, Southern Brasil: biostrati-graphic implications for Permian faunas of the Parana Basin. Rev Bras Paleontol. 2005;8:13-24.

Crisafulli A. Leños girnnospérmicos de la Formación Melo (Pérmico Inferior), Uruguay: Parte II. Stiloxylon, Polysolenoxylon y Bageopitvs. Ameghiniana. 1998;35:133-40.

Crisafulli A. Leños pérmicos de la Formación Yaguarí. Ameghiniana. 2001;38(1):61-72.

De Santa Ana H. Análisis tectoestratigráfica de las secuencias permotriásicas y jurocretácicas de la cuenca Chacoparanaense uruguaya ("Cuenca Norte"). São Paulo: Instituto de Geociencias y Ciencias Exactas; 2005. 274p.

De Santa Ana H, Goso C, Daners G. Cuenca Norte: estratigrafia del Carbonífero y Pérmico. In: Veroslavsky G, Ubilla M, Martinez S, editors. Cuencas Sedimentarias de Uruguay: Geología, Paleontología y Recursos Minerales, Paleozoico. Montevideo: Facultad de Ciencias; 2006. p. 147-208.

Decombeix AL, Galtier J, McLoughlin S, Meyer-Berthaud B, Webb GE, Blake PR. Early Carboniferous lignophyte tree diversity in Australia: Woods from the Drummond and Yarrol basins, Queensland. Rev Palaeobot Palyno. 2019;263:47-64.

Decombeix A-L, Meyer-Berthaud B, Galtier J, Talent JA, Mawson R. Arborescent lignophytes in the Tournaisian vegetation of Queensland (Australia): palaeoecological and palaeogeographical significance. Palaeogeogr Palaeoclimatol Palaeoecol. 2011;301:39-55.

Demicco RV, Hardie LA. Sedimentary Structures and Early Diagenetic Features of Shallow Marine Carbonate Deposits. Tulsa (OK): SEPM; 1994. 270p.

Dias EV, Barbena MC. A temnospondyl amphibian from the Rio do Rastro Formation, Upper Permian of Southern Brazil. An Acad Bras Ciênc. 2001;73:135-43.

Dias-da-Silva S. Middle-Late Permian tetrapods from the Rio do Rasto Formation, southern Brazil; a biostratigraphic reassessment. Lethaia. 2012;45:109-20.

Dias-da-Silva S, Cisneros JC, Ilha ALR, Suleiman AKA. Novo Registro de Temnospondyli (Sarcopterygii: Tetrapoda) na Formacão Rio do Rasto, aflorante no Rio Grande Do Sul. Paleontologia em Destaque. 2008;62:22.

Dias-da-Silva S, Pinheiro FL, Da-Rosa AA, Martinelli AG, Schultz CL, Silva-Neves E, Modesto SP. Biostratigraphic reappraisal of the Lower Triassic Sanga do Cabral Supersequence from South America, with a description of new material attributable to the parareptile genus Procolophon. J S Am Earth Sci. 2017;79:281-96.

Dohms M. Nova madeira de Gimnosperma do Permiano do Rio Grande Do Sul. Rev Bras Geocienc.1976;6:164-81.

Elizalde G, Eugui W, Verdesio J, Stapff M, Tellechea J. Carta Geológica del Uruguay a escala 1/100.000.3: segmento Aceguá, sector XXX. Boletín (Facultad de Agronomía). 1970(3):127p.

Ernesto M, Nuñez Demarco P, Xavier P, Sanchez L, Schultz C, Piñeiro G. Age constraints on the Paleozoic Yaguari-Buena Vista succession from Uruguay: paleomagnetic and paleontologic information. J S Am Earth Sci [Internet]. 2020 [cited 2021 May 31];98:e102489. Available from: https://bit.ly/3wYxQtl.

Falconer J. La Formación de Gondwana en el Nordeste del Uruguay con especial referencia a los terrenos eogondwánicos. Boletín (Instituto Geológico del Uruguay). 1937;23:113p.

Ferrando L, Andreis R. Nueva estratigrafía en el Gondwana de Uruguay. In: I Congreso Latinoamericano de Hidrocarburos. Buenos Aires: Arpel; 1986. p. 295-323.

Gallego O, Herbst R, Ferrando L. Cyzicus (E.) falconeri n. sp. (Conchostraca) de la Formación Yaguarí (Pérmico Superior), Uruguay. Ameghiniana. 1993;30:17-22.

Galtier J, Ronchi A, Broutin J. Early Permian silicified floras from the Perdas de fogu Basin (SE Sardinia): comparison and bio-chronostratigraphic correlation with the floras of the Autun Basin (Massif central, France). Geodiversitas. 2011;33(1):43-69.

Galtier J, Schneider J-L, Grauvogel-Stamm L. Arborescent gymnosperms and the occurrence of Protopitys from the Lower Carboniferous of the Vosges, France. Rev Palaeobot Palyno. 1998;99:203-15.

Goso C, Piñeiro G, De Santa Ana H, Rojas A, Verde M, Alves C. Primeros resultados del análisis bio-crono y litoestratigráfico en depósitos PermoTriásicos de las formaciones Yaguarí y Buena Vista, en el borde oriental de la Cuenca Norte uruguaya. Rev Soc Urug Geol. 2001;(8):1-15.

Herbst R, Gutiérrez P. CycIodendron andreisii nov. sp. (Lycopodiaceae, Lycophyta) del Pérmico Superior de Uruguay. Ameghiniana. 1995;32:141-50.

Herbst R, Lutz A, Montaña J, Ferrando L. La tafoflora de Glossopteris del Arroyo del Blanquillo (Dpto. Rivera) del Pérmico Superior (Formación Yaguarí) del Uruguay. FACENA. 1992;9:39-75.

Herbst R, Morton L, Ferrando L. Los pelecípodos dulceacuícolas del Pérmico Superior de Paraguay y Uruguay. Revista de la Asociación de Ciencias Naturales del Litoral. 1987;18:105-28.

Iannuzzi R, Neregato R, Cisneros JC, Angielczyk KD, Rößler R, Rohn R, Marsicano C, Fröbisch J, Fairchild T, Smith RMH, Kurzawe F, Richter M, Langer MC, Tavares TMV, Kammerer CF, Conceição DM, Pardo JD, Roesler GA. Re-evaluation of the Permian macrofossils from the Parnaíba Basin: biostratigraphic, palaeoenvironmental and palaeogeographical implications. Geol Soc Spec Publ. 2018;472(1):223-49.

Kursawe F, Merlotti S. The Dadoxylon-Araucarioxylon complex, carboniferous and permian of gondwana: taxonomic analysis of the genus Dadoxylon. Pesqui Geociênc. 2008;36(2):295-313.

Lambert R. Estado actual de nuestros conocimientos sobre geología de la República Oriental del Uruguay. Boletín (Instituto Geológico del Uruguay). 1941;29:89p.

Langer MC, Eltink E, Bittencourt JS, Rohn R. Serra do Cadeado PR: uma janela paleobiológica para o Permiano continental Sul-americano. In: Winge M, Schobbenhaus C, Souza CRG, Fernandes ACS, Berbert-Born M, Queiroz ET, editors. Sítios Geológicos e Paleontológicos do Brasil [Internet]. Brasília: CPRM; 2008 [cited 2021 May 31]. 17p. Available from: https://bit.ly/3g6AFSa.

Maheshwari H. Permian wood from Antarctica and revision of some Lower Gondwana wood taxa. Palaeontographica B. 1972;203:1-43.

Malabarba MC, Abdala F, Weiss F, Peres PA. New data on the Late Permian Fauna of Posto Queimado, Rio do Rastro Formation, Southern Brazil. Rev Bras Paleontol. 2003;6:49-54.

Maniero J. Uma nova madeira fossil do Brasil meridional, Dadoxylon roxoi sp. n. Rev Inst Adolfo Lutz. 1946;6:65-7.

Marchetti L, Klein H, Buchwitz M, Ronchi A, Smith RM, De Klerk WJ, Sciscio L, Groenewald GH. Permian-Triassic vertebrate footprints from South Africa: Ichnotaxonomy, producers and biostratigraphy through two major faunal crises. Gondwana Res. 2019;72:139-68.

Marchetti L, Voigt S, Klein H. Revision of Late Permian tetrapod tracks from the Dolomites (Trentino-Alto Adige, Italy). Hist Biol. 2019;31:748-83.

Marchetti L, Voigt S, Mujal E, Lucas SG, Francischini H, Fortuny J, Santucci VL. Extending the footprint record of Pareiasauromorpha to the Cisuralian: earlier appearance and wider palaeobiogeography of the group. Pap Palaeontol [Preprint]. 2020 [cited 2021 May 31]. Available from: https://bit.ly/3uz4RdL.

Miall A. Alluvial deposits. In: James NP, Dalrymple RW, editors. Facies Models 4. St. John’s (CA): Geological Association of Canada; 2010. p. 105-39.

Piñeiro G. Nuevos aportes a la Paleontología del Pérmico de Uruguay. In: Veroslavsky G, Ubilla M, Martínez S, editors. Cuencas Sedimentarias de Uruguay: Geología, Paleontología y Recursos Minerales, Paleozoico. Montevideo: DIRAC; 2006. p. 257-79.

Piñeiro G. Paleofaunas del Permico y Permo-Triasico de Uruguay: Bioestratigrafia, Paleobiogeografia y Sistematica [doctoral’s thesis]. Montevideo (UY): Universidad de la República, PEDECIBA; 2004. 215p.

Piñeiro G. Paleofaunas del Pérmico-Eotriásico de Uruguay [master’s thesis]. Montevideo (UY): Universidad de la República, PEDECIBA; 2002. 208p.

Piñeiro G, Marsicano C, Damiani R. Mandibles of mastodonsaurid temnospondyls from the Upper Permian-Lower Triassic of Uruguay. Acta Palaeontol Pol. 2007;52:695-703.

Piñeiro G, Marsicano C, Goso C, Morosi E. Temnospondyl diversity of the Permian-Triassic Colonia Orozco Local Fauna (Buena Vista Formation) of Uruguay. Rev Bras Paleontol. 2007;10:169-80.

Piñeiro G, Marsicano C, Lorenzo N. A new temnospondyl from the Late Permian-Early Triassic of Uruguay. Palaeontology. 2007;50:627-40.

Piñeiro G, Ramos A, Marsicano C. A rhinesuchid-like temnospondyl from the Permo-Triassic of Uruguay. C R Palevol. 2012;11:65-78.

Piñeiro G, Rojas A, Ubilla M. A new procolophonoid (Reptilia: Parareptilia) from the Upper Permian of Uruguay. J Vertebr Paleontol. 2004;24:814-21.

Piñeiro G, Ubilla M. Unidades permotriásicas en la Cuenca Norte: paleontología y ambientes. In: Veroslavsky G, Ubilla M, Martínez S, editors. Cuencas sedimentarias de Uruguay: geología, paleontología y recursos naturales. Montevideo: DIRAC; 2003. p. 33-49.

Piñeiro G, Verde M, Ubilla M, Ferigolo J. First basal synapsids (“Pelycosaurs”) from the Late Permian- Early Triassic of Uruguay. J Paleontol. 2003;77:389-92.

Pires EF, Guerra Sommer M. Growth ring analysis of fossil coniferous woods from early cretaceous of Araripe Basin (Brazil). An Acad Bras Ciênc. 2011;83:409-23.

Prasad M, Lele K. Triassic ginkgolean wood from the South Rewa Gondwana basin, India. Rev Palaeobot Palyno. 1984;40:387-97.

Schemiko DCB, Vesely FF, Fernandes LA, Sowek GA. Distinção dos elementos deposicionais fluviais, eólicos e lacustres do Membro Morro Pelado, Permiano Superior da Bacia do Paraná. Geol USP, Sér Cient. 2014;14:29-46.

Schneider JW, Lucas SG, Scholze F, Voigt S, Marchetti L, Klein H, Opluštil S, Werneburg R, Golubev VK, Barrick JE, Nemyrovska T, Ronchi A, Day MO, Silantiev VV, Rößler R, Saber H, Linnemann U, Zharinova V, Shen SZ. Late Paleozoic-early Mesozoic continental biostratigraphy: links to the standard global chronostratigraphic scale. Paleoworld. 2020;29:186-238.

Scott DH. On the primary structure of certain Palaeozoic stemswith the Dadoxylon type of wood. Trans R Soc Edinburgh. 1902;40:331-65.

Trümper S, Rößler R, Götze J. Deciphering silicification pathways of fossil forests: case studies from the Late Paleozoic of central Europe. Minerals [Internet]. 2018 [cited 2021 May 31];8(10):e432. Available from: https://bit.ly/3fCI7W2.

Valentini M, Nicosia U, Conti MA. A re-evaluation of Pachypes, a pareiasaurian track from the Late Permian. Neues Jahrb Geol Palaontol Abh. 2009;251:71-94.

Warren LV, Paes de Almeida R, Hachiro J, Machado R, Roldan LF, Santos Steiner S, Carrari Chamani MC. Evolução sedimentar da Formação Rio do Rasto (Permo-Triássico da Bacia do Paraná) na porção centro sul do Estado de Santa Catarina, Brasil. Rev Bras Paleontol. 2008;38:213-27.

Publicado

2022-05-27

Como Citar

1.
Piñeiro GH, Marchetti L, Marmol S, Celio A, Xavier PL, Francia M, et al. Madeira enigmática e primeira evidência de tetrápodes na Formação Yaguarí (Permiano Médio-Superior), Uruguai. Agrocienc Urug [Internet]. 27º de maio de 2022 [citado 11º de maio de 2024];26(NE1):e504. Disponível em: https://agrocienciauruguay.uy/index.php/agrociencia/article/view/504

Edição

Seção

Artigo
QR Code

Métricas

Métricas do artigo
Vistas abstratas
Visualizações da cozinha
Visualizações de PDF
Visualizações em HTML
Outras visualizações

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)